Viver em Portugal é um desejo de muitos brasileiros. No entanto, muitos tomam decisões precipitadas para se mudar para o país e acabam enfrentando situações de vulnerabilidade. Em razão disso, a busca pelo regresso ao Brasil aumenta consideravelmente.
Segundo o advogado Maurício Gonçalves, que está em Portugal há 22 anos atuando nos setores de imigração e nacionalidade portuguesa, os principais motivos para querer retornar ao país de origem são: falta de planejamento, incapacidade de obter documentos essenciais por falta de regularização da permanência no país, desemprego e precariedade econômica.
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“Não existe receita ou fórmula específica para que uma pessoa se mude de país de forma eficiente. O que existe é planejamento com base em uma análise criteriosa da realidade vivida por cada um dos familiares”, afirma o especialista.
Tendo isso em vista, o profissional enumerou cinco dicas para quem desejar viver em Portugal e não quer correr o risco de regressar, avaliando a estratégia de se fazer um bom planejamento.
1) Pesquise:
É essencial que a família faça planos e se informe corretamente para não passar dificuldades. “Mudar de país pode ser uma aventura muito agradável desde que haja planejamento. Por isso, é importante pesquisar sobre as cidades, conhecer mais da cultura e história”, orienta.
2) Invista:
Um dos fatores primordiais para se mudar para o território português é a reserva financeira. É necessário avaliar os custos com a despesa de documentação, analisar os gastos nos primeiros meses e calcular valor de hospedagem, aluguel, mobília de casa, transporte e o custo de vida de forma geral. Para o especialista, vale a pena investir um pouco mais para garantir conforto e segurança.
3) Planejamento profissional:
Se a família não tiver uma poupança considerável que permita residir por alguns meses ou anos sem novas receitas, a principal preocupação deve ser o trabalho. “Temos visto vários profissionais chegarem a Portugal despreparados, sem condições de exercer sua atividade da forma desejada. Alguns acreditam em propostas de trabalho prometidas por amigos ou familiares que podem não se concretizar conforme proposto”, comenta o advogado.
A família deve pesquisar e definir como vai se colocar no mercado português, levando em consideração suas respectivas formações acadêmicas e profissionais.
A cidade onde o trabalho será executado deve ser definida com objetividade. Nem todas as pessoas precisam estar em grandes centros urbanos para realizar sua atividade com relativo sucesso.
Uma análise do mercado profissional e das demandas específicas existentes em cada cidade ou região, é primordial para que o profissional se coloque em um local adequado. “É essencial saber que o mercado português reage mais lentamente que o brasileiro. É preciso também tempo para que o estrangeiro tenha condições de comprovar sua capacidade e conquistar o mercado português”, diz.
4) Onde residir:
Se o profissional residir perto do trabalho, terá grande comodidade. Mas, Maurício aconselha pensar inicialmente no conforto da família e dar prioridade especialmente à situação dos filhos, de onde vão estudar, a proximidade de bons hospitais e o lazer.
5) Garantir a permanência em Portugal:
Várias pessoas que vão a Portugal possuem a nacionalidade portuguesa. Se o marido ou a esposa possui, o cônjuge pode pedir uma autorização de residência e em seguida, obter a cidadania.
Mas para quem não a possui, obter um visto pode ser uma das formas de se regularizar em Portugal. Aposentados podem obtê-lo, estudantes, trabalhadores qualificados, empreendedores e empregados com contrato de trabalho.
“Se um da família conseguir o visto, o cônjuge pode conseguir autorização de residência e o restante pedirá reagrupamento familiar. Depois de alguns anos, todos poderão obter a nacionalidade portuguesa”, finaliza Maurício Gonçalves.
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